segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

D5100: uma DSLR simples de usar

Câmera da Nikon enxerga bem no escuro e vem cheia de efeitos visuais
  
Avaliação
8
3.705 reais
Nikon D5100 Nikon D5100 Nikon D5100 Nikon D5100
Prós Excelente sensor CMOS; tela LCD móvel; bom visor óptico; filmagem em 1080p; conector para microfone externo;
contras Disparo contínuo poderia ser mais rápido; gravação de áudio em mono; não tem histograma em tempo real;
conclusão Dona de uma configuração equilibrada e de uma interface amigável, a D5100 é indicada tanto para quem está começando a levar a fotografia mais a sério quanto para quem já possui uma D5000 e deseja um upgrade;
Quem disse que uma câmera semiprofissional precisa ser difícil de usar? Os controles da D5100, da Nikon, foram pensados para ajudar quem quer ter uma câmera avançada, mas não entende muito de fotografia. Na parte traseira, um botão informa se o ambiente está escuro demais e até se faltou colocar o cartão de memória. Usuários mais experientes também não vão se decepcionar. O modelo traz uma configuração muito parecida com a rival EOS Rebel T3i, da Canon. Nos testes do INFOlab, a D5100 foi ligeiramente mais ágil para encontrar o foco. Suas fotos e vídeos, gravados em alta definição (1080p), tiveram boa qualidade.
A Nikon encontrou uma configuração bem equilibrada para a reencarnação da D5000. O sensor, por exemplo, tem o mesmo tamanho da avançada D7000: 23.6 x 15.6 mm. Por outro lado, ele possui um número consideravelmente menor de pontos de autofoco, são 11 contra 39. Diferenças específicas como essa são naturais pois não seria vantajoso para a Nikon lançar uma câmera intermediária que concorresse com uma máquina avançada da própria empresa. Ou seja, se você tem uma D5000, a D5100 é uma excelente opção de upgrade, mas, caso você possua uma D7000, é melhor esperar pelo provável lançamento da D7100.
De qualquer forma, o desempenho do sensor é excelente. Se você sempre quis tirar fotos na Islândia durante o inverno, a D5100 vai lhe agradar com belas imagens de cenas pouco iluminadas. O ruído começa a dar as caras de forma bem tênue a partir do ISO 1000, mas há relativamente pouca perda de detalhe até o ISO 6400. O desempenho é tão bom que não seria exagero dizer que a D5100 está entre as melhores da categoria no que diz respeito ao tratamento da luz. Até o flash dessa máquina, cuja luz se dissipa de forma mais equilibrada que a média, demonstra a maestria da Nikon no manejo dos fótons. Confira as diferenças entre ISO 100, ISO 1000 e ISO 6400 nas fotos a seguir (todas tiradas com abertura f3,5):
Para o caso dos fotógrafos mais radicais, que gostam de panoramas tão escuros quanto os de Mordor, essa máquina também oferece um ISO expandido de até 25,600, sem falar em um modo de visão noturna que joga o nível de ISO para além da estratosfera. É claro que imagens capturadas com níveis tão altos de ISO dispensam toda nitidez, mas trata-se de uma perda compreensível e o resultado final não é absolutamente inútil.
Enquanto o sensor da D5100 merece uma quantidade de elogios suficiente para preencher toda esta resenha, a objetiva que vem com a máquina não é tão impressionante, para o bem ou para o mal. Falamos da boa e velha AF-S DX NIKKOR VR, com distância focal equivalente de 27 mm a 82,5 mm e abertura máxima de f5,6 a f3,5. Trata-se de uma lente de propósito múltiplo pouco diferente de outras objetivas de DSLR que já passaram pelo INFOlab.
Mas vamos à performance. A distorção geométrica é bastante perceptível na faixa da grande angular, o que não incomodaria um peixe fotógrafo, mas pode desapontar um pouco os humanos que gostam de linhas retas no grande plano. Como era de se esperar, esse efeito barril desaparece conforme nos aproximamos da faixa da teleobjetiva. Aliás, o desempenho da D5100 no modo macro é muito bom. Quanto à aberração cromática, não encontramos nenhuma daquelas auras fantasmagóricas de cor.


Outro ponto positivo da AF-S DX NIKKOR VR é a ótima estabilização óptica, capaz de viabilizar fotos com tempo de exposição curto mesmo para aqueles fotógrafos que não têm mãos tão firmes quanto as de um cirurgião. Como a D5100 não possui um motor de autofoco interno, o crédito do foco ligeiro que citamos no começo desta resenha também cabe à objetiva. Claro, isso também significa que você sempre terá que comprar lentes com motor para manter o recurso de autofoco, mas esse tipo de kit é bastante comum nos dias de hoje.
A rapidez do cristalino da D5100 não se repetiu em seu sistema nervoso. Com um disparo contínuo de apenas 2 FPS, ela está um tanto distante do pódio de câmeras rápidas no gatilho. Por outro lado, ela foi a DSLR mais ágil testada no INFOlab em termos de tempo de boot: cerca de 0,71 segundo depois de apertar o botão de ligar, ela já estava pronta para tirar fotos.
É preciso reconhecer que a Nikon se esforçou para proporcionar uma função de filmagem bem completa à D5100. Tal esforço não se resumiu a oferecer gravações de boa qualidade em 1080p, 720p e 424p. Ele também envolveu a adoção de um formato de vídeo mais amigável (MOV compactado em H.264), que é aceito por boa parte dos media players atuais sem a necessidade de conversão. Além disso, a câmera possui uma entrada para microfone externo, cujas vantagens são evidentes. Em um ponto, no entanto, ela perde para a rival T3i: a gravação de áudio é em mono.
Não há nada de extraordinário na D5100 em termos de conectividade. Além da porta USB, ela possui uma saída HDMI e uma saída AV que exige adaptador. Há ainda um conector para GPS externo, típico das câmeras mais novas da Nikon. O slot de cartão suporta os formatos SD, SDHC e SDXC.
Passando para a interface, o display de LCD da D5100 ganhou em tamanho, resolução e qualidade com relação à câmera anterior: são 921,000 pixels distribuídos em 3 polegadas de tela. Como na D5000, esse display é articulado para ajudar o fotógrafo nos enquadramentos mais complicados. A única deficiência mais grave da interface é a ausência de um histograma em tempo real, que faz falta em qualquer DSLR, até mesmo nas que almejam simplicidade de uso. Já o visor óptico continua praticamente o mesmo, cobrindo aproximadamente 95% da cena fotografada.
Não é só pela simplificação dos controles que a Nikon pretende conquistar o usuário comum. Ela também apelou para um recurso bastante usado em máquinas compactas e em câmeras de smartphone: os efeitos visuais. Há sete modos de captura que vão desde um filtro que satura toda a imagem com uma cor escolhida pelo fotógrafo até uma opção que dá a aparência de desenho à cena fotografada. Em geral, esses efeitos são bem executados, mas sua utilidade depende principalmente da criatividade do fotógrafo. Dentre os modos de exposição, vale citar o High Dynamic Range. Com ele, a D5100 combina duas fotos tiradas em sequência com níveis de exposição diferentes para produzir uma imagem final que reproduz melhor as variações de luminosidade de uma cena.



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