Décadas atrás a superfície lunar era pela primeira vez perturbada pelos passos de um ser vivo. Mas o estarrecimento provocado pela missão Apollo 11 provavelmente não teria sido tão intenso não fosse pelas fotos tiradas com uma câmera Hasselblad que portava lentes da Carl Zeiss modificadas especificamente a ocasião. Quarenta anos mais tarde e ainda é difícil não se emocionar com aquela figura humana recortada contra a paisagem alienígena do Mar da Tranquilidade. Para cada cenário do universo, aonde quer que a luz incida, existe um sistema óptico ideal. Por essa razão, uma máquina que possa trocar de lentes, mesmo que não se trate de uma reflex, é essencial para qualquer aspirante a fotógrafo que precise de versatilidade.
Objetivas exercem uma tremenda influência sobre as fotos de qualquer câmera, por melhor ou pior que ela seja. As duas variáveis mais visíveis são a distância focal e a abertura. A primeira determina o ângulo de visão da câmera, ou seja, o quanto da cena a câmera é capaz de enxergar. A segunda é responsável pelo controle da quantidade de luz que chega ao sensor, além de produzir efeitos de profundidade de campo. Outras particularidades também podem ser notadas no resultado final: distorções nas linhas e nas cores podem surgir nas fotos por causa da lente. Além disso, vale lembrar que algumas câmeras relegam a estabilização de imagem e o motor de autofoco à objetiva. Portanto, o grau de controle sobre a imagem que uma máquina de lentes intercambiáveis proporciona é enorme.
Neste comparativo recordamos quatro câmeras sem lente fixa para quem está começado a levar a fotografia a sério. Todas utilizam sensores APS-C, típico das DSLR mais econômicas. Vamos revisar as peculiaridades de cada uma delas a seguir.
A Nikon D3100 é uma DSLR, ou seja, uma câmera com visor óptico tradicional. Como uma reflex de entrada, ela oferece uma qualidade de imagem muito boa e um desempenho aceitável ao capturar fotos com ISO alto. Em termos de performance, o ponto mais impressionante dessa máquina é o tempo de foto curtíssimo, embora essa vantagem não se reflita no modo de disparo contínuo. A D3100 também se destaca pelos menus repletos de explicações e guias para ajudar os novatos.
A Nikon D5100 está um passo acima da anterior. Além de alcançar graus de ISO mais altos, ela tira as melhores fotos do grupo, especialmente ao gravar cenas de contraste intenso. O LCD traseiro da D5100 também é muito superior ao da sua irmã menor. Mesmo sendo mais sofisticada, ela mantém a facilidade de operação da D3100 e adiciona uma série de opções de processamento de imagem. No entanto, todas essas vantagens têm um preço alto: mais de 3 mil reais.
A Samsung NX11 faz parte do grupo relativamente novo de câmeras sem espelho, ou seja, aquelas que utilizam um visor eletrônico que não é tão fiel quanto o visor óptico das duas DSLR já citadas. Fora essa (grande) diferença, a NX11 parece uma DSLR em todos os aspectos, desde o design até a qualidade de imagem. Vale mencionar também que essa máquina compensa parcialmente a falta do espelho com uma excelente tela de AMOLED e com um EVF que cobre 100% do ângulo de visão da lente.
Para finalizar, a Samsung NX100 é a menor do grupo, uma característica que tem vantagens e desvantagens. Por um lado é pequena o suficiente para, sem a lente, caber no bolso de uma calça. Por outro lado, a falta de espaço forçou a Samsung a dispensar o EVF. A empunhadura dessa câmera também é a mais desconfortável do grupo porque faltam pontos de apoio para os dedos.
Samsung NX11 – Nota 7,9
Mesmo com o corpo compacto, a NX11 oferece qualidade de imagem similar à de uma semiprofissional do tipo reflex. O segredo está na presença de um sensor de grandes dimensões e no uso de lentes intercambiáveis. O modelo tem boa ergonomia, mas pode não se encaixar bem em mãos grandes. A lente que a acompanha tem o botão iFn, que facilita a operação. Basta pressioná-lo para regular algumas funções, girando o anel de foco. Um visor óptico digital substitui o view finder tradicional. A NX11 sai por
1.959 reais.
Samsung NX100 - Nota 7,6
A NX100 é uma compacta que engoliu um sensor de DSLR. Essa câmera da Samsung faz parte da nova leva de máquinas fotográficas que prometem qualidade de imagem superior e lentes intercambiáveis sem desprezar a mobilidade e a simplicidade de operação. Claro, ela não é tão pequena quanto as menores compactas, nem possui o visor fiel que dá nome às DSLR, mas proporciona uma experiência intermediária bastante sólida. Seu preço é
1.499 reais.
Nikon D5100 – Nota 8
Quem disse que uma câmera semiprofissional precisa ser difícil de usar? Os controles da D5100, da Nikon, foram pensados para ajudar quem quer ter uma câmera avançada, mas não entende muito de fotografia. Na parte traseira, um botão informa se o ambiente está escuro demais e até se faltou colocar o cartão de memória. Usuários mais experientes também não vão se decepcionar. O modelo traz uma configuração muito parecida com a rival EOS Rebel T3i, da Canon. Nos testes do INFOlab, a D5100 foi ligeiramente mais ágil para encontrar o foco. Suas fotos e vídeos, gravados em alta definição (1080p), tiveram boa qualidade. O preço também é alto:
3.359 reais.
Nikon D3100 – Nota 7,8
A proposta da Nikon D3100 é ser a porta de entrada do fotógrafo na categoria das câmeras DSLR, também conhecidas como reflex, aquelas usadas por profissionais. Além de oferecer uma ótima gama de controles manuais e trabalhar com lentes intercambiáveis, nas reflex, a luz que entra pela objetiva é direcionada por espelhos até um visor óptico, o que proporciona maior precisão no enquadramento. A D3100 avaliada pelo INFOlab vem com uma lente VR Nikkor 3x de 18 a 55 mm. Os menus bem organizados e um assistente que ajuda a configurar vários ajustes confirmam sua vocação. A resolução para fotos é de 14,2 MP. A qualidade das imagens produzidas está na média da categoria. Ou seja, são muito boas. O que chamou atenção nos testes foi a alta velocidade no registro das fotos (0,09 segundo, em média). Pena que seu modo de disparo contínuo capte apenas três instantâneos. A filmagem é feita em 1.080p (Full HD) com autofoco permanente, um recurso bem interessante. Porém, a demora para acertar o foco incomoda. Ela não vem com cartão e não possui memória interna. Por
2.245 reais você leva a D3100 para casa.